Combinação de economia norte-americana forte e incertezas domésticas com relação à eleição presidencial está mantendo o dólar elevado.
Com o dólar batendo acima dos R$ 4,10, cresce o interesse por investimentos cujos rendimentos estão em alta na carona da valorização da moeda norte-americana. Ao longo do ano 2018, o dólar se valorizou 25%. Mas a orientação dos especialistas não é ir com muita sede ao pote, pelo contrário, o momento exige cautela e diversificação de carteira para não perder dinheiro.
A cotação do dólar está no atual patamar devido à combinação de fatores externos e domésticos. Lá fora, a elevação da taxa básica de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) pela terceira vez consecutiva no ano – o último aumento foi no dia 26 de setembro – continua promovendo a migração de capital de países emergentes, como o Brasil, para o Tesouro americano.
Somam-se a isso os fatores internos. A economia brasileira ainda está em fase de lenta recuperação após a grave recessão nos anos de 2015 e 2016, e a disputa eleitoral também pressiona o câmbio. Além disso, entram na conta as tão desejadas reformas, que não saíram do papel.
“O momento é de cautela. Costumo dizer que o investidor tem que se proteger para não ficar com menos reais. Não é hora para ser agressivo com investimentos em dólar”, aconselha Sandra Blanco, consultora da Órama, plataforma de investimentos 100% online.
Embora este não seja o momento para ousar, há quem queira diversificar a carteira de olho na rentabilidade da moeda. Em períodos como este, quando o dólar se valoriza, historicamente, as ações das exportadoras sobem na Bolsa de Valores (B3). Isso acontece porque essas companhias possuem boa parte de suas receitas em dólar. Destaque para as companhias siderúrgicas e as de papel e celulose. Por isso, investir em ações dessas empresas pode ser interessante.
Investir em câmbio será sempre uma opção com alta volatilidade. Para se proteger, a dica de Sandra, no entanto, é aplicar em fundos multimercados, como o Órama Gávea Macro, que desde o começo do ano já acumula uma rentabilidade equivalente a 250% do CDI. Os multimercados combinam renda fixa com variável, o que dá ao gestor mecanismos para fazer uma mudança de direção e equilibrar o produto a cada revés do mercado (e do câmbio).
Queridinhos da vez, os COEs (Certificado de Operações Estruturadas) específicos de câmbio ou com fundos internacionais atrelados à moeda estão com demanda em alta. O diferencial é a garantia de 100% do capital investido, ou seja, sem perder dinheiro no caso da modalidade de COE com valor nominal protegido. Na pior das hipóteses, você sai exatamente com o montante que investiu.
No que investir
– Em ações de empresas que se beneficiam da alta do dólar
Papéis de exportadoras costumam se valorizar com a moeda norte-americana em alta, isso porque elas têm receitas em dólar. A alta da divisa reflete o aumento do lucro que, por consequência, atrai mais compradores, fazendo com que as cotações subam.
– Fundos cambiais
Possuem no mínimo 80% da carteira em ativos atrelados à variação de preços da moeda estrangeira. Quando o dólar sobe, o fundo se valoriza. É uma alternativa para quem quer proteger patrimônio para uma viagem ao exterior. É bom lembrar que os fundos cambiais são bastante voláteis.
– Fundos multimercados
Eles podem alocar em uma grande variedade de aplicações, como juros, ações e câmbio, assim como na renda fixa. Essa composição pode trazer ganhos relacionados à variação do dólar, sem deixar o capital totalmente vulnerável à renda variável.
FONTE:G1