Jogador do Flamengo pede desculpas ao Piauí por piada com Rômulo e Renê.

Rodinei pedir desculpas


Como escrevi aqui ontem, teve gente que não gostou da brincadeira do Rodinei. Eu pensei que não eram muitos, mas se foi preciso o próprio Rodinei pedir desculpas, muita gente não deve ter encarado a brincadeira como de fato ela é: uma brincadeira.

No vídeo foi divulgado pelo jogador, o lateral do Flamengo aparece ao lado dos piauienses Rômulo e Renê, colegas de clube de quem ele zoou do sotaque em entrevista, na segunda-feira, ao canal Fox Sports. Os dois conterrâneos também falam no vídeo e explicam o que eu achava não ser preciso explicar: que foi uma brincadeira entre eles.

Mas, pensando bem, Rodinei fez o certo. Ele não sabia que, para parte dos piauienses, só quem pode brincar com o nome do estado é João Claudio Moreno, Dirceu Andrade e Amauri Jucá. E minha mãe me ensinou que quando alguém não gosta da brincadeira, é melhor parar porque ele não quer brincar com isso.

Como o Rodinei teve de se desculpar por brincar com o sotaque do piauiense e nós do Piauí não queremos brincar com relação a isso, deveríamos retribuir agora com um pacto: de hoje em diante, nenhum piauiense vai tirar onda com sotaque de paulisssta, de carióca que fica chiando, de gaúcho tchê, e nem de mineiro, uai!

A partir de hoje, ninguém entre o rio Parnaíba e a Serra da Ibiapaba faz piada com qualquer sotaque que seja.

O mesmo vale para o povo de Teresina que faz piada chamando de fim de mundo a cidade de Timon (MA). Os timonenses podem se revoltar, atravessar a ponte metálica e promover um massacre do lado de cá. Lembrem-se que nos presídios do Piauí tem morte de presos. Nos do Maranhão, cortam é a cabeça fora…

E não desrespeitem mais o município de Brasileira dizendo que o lugar se resume a um quebra-molas.

Olha, eu fico é com vergonha dessa situação. Quem não sabe brincar precisa descer do play.

Existem piadas que podem ofender de verdade: cor, credo, gênero… Existem coisas que infelizmente acontecem no esporte e ofendem muito mais e são péssimo exemplo para as crianças, como jogador sendo chamado de macaco e os gritos homofóbicos de “bicha” na hora do goleiro cobrar tiro de meta – que além de nunca terem atrapalhado qualquer goleiro, já renderam várias multas para a seleção brasileira em jogos internacionais.

Mas estamos preocupados é com uma brincadeira entre amigos por conta de sotaque.

Agora sim, arrumei um motivo para perder a esportiva.

Relaxa, Rodinei. Segue o jogo.

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