Com o avanço da variante Ômicron do novo coronavírus, os desfiles de escolas de samba do carnaval de São Paulo e do Rio de Janeiro foram adiados para o feriado de Tiradentes, em 21 de abril. As apresentações do Grupo Especial de São Paulo estavam marcadas para os dias 25 e 26 de fevereiro. No Rio, seriam nos dias 27 e 28.
A decisão de adiar os desfiles foi tomada nesta sexta-feira, 21, em conjunto após reunião virtual entre os prefeitos de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e do Rio, Eduardo Paes (DEM). Também participaram do encontro os secretários da Saúde das duas capitais, além dos presidentes das Ligas de Escolas de Samba de ambas as cidades.
“As prefeituras do Rio e de São Paulo, sob a orientação de seus secretários de Saúde, optaram por adiar a realização dos desfiles das Escolas de Samba para o fim de semana do feriado de Tiradentes, em abril. A decisão foi tomada em respeito ao atual quadro da pandemia de COVID-19 no Brasil e a necessidade de, neste momento, preservar vidas e somar forças para impulsionar a vacinação em todo o território nacional”, diz nota conjunta de Paes e Nunes.
O carnaval de rua já estava cancelado nas duas cidades.
Ainda de acordo com a nota, “maiores informações sobre a nova programação do carnaval serão divulgadas em momento oportuno.” Nesta semana, a Prefeitura de São Paulo havia divulgado os protocolos sanitários para a realização dos desfiles das escolas de samba. As obrigações incluem o uso obrigatório de máscaras, a redução do número de componentes e a exigência do passaporte da vacina, dentre outras. A Liga Independente das Escolas de Samba concordou com as normas e, também, decidiu pela suspensão do quesito “harmonia” na edição deste ano do carnaval.
A exigência do passaporte da vacina, com ao menos duas doses contra a covid-19, será cobrada para o público nas catracas de acesso. No caso dos componentes, as escolas deverão realizar um pré-cadastro para identificar se estão com a vacinação completa. Não vacinados não poderão acessar o local, nem como espectadores, nem como desfilantes. Todos deverão utilizar máscaras de proteção facial, incluindo as equipes técnicas e os fornecedores.
A lotação será abaixo da habitual, com 70% dos espectadores em todos os setores – incluindo arquibancada, camarote e pista. Entre os desfilantes, a redução será de 25% no Grupo Especial (de 2 mil para 1,5 mil pessoas), de 20% no Acesso 1 (de 1 mil para 800) e de 37,5% no Acesso 1 (de 800 para 500).
Com as mudanças, a Liga decidiu suspender o quesito “harmonia” (que avalia o envolvimento dos componentes ao cantar e interpretar o samba enredo, o que fica prejudicado com o uso das máscaras) neste ano. Segundo os protocolos, os chefes de ala serão responsáveis por conferir se as fantasias estão completas com as máscaras e, caso contrário, a escola estará sujeita a uma perda de pontos no quesito “fantasia”.
Os protocolos municipais também abrangem um controle de público na concentração e na dispersão, com a determinação de um horário para cada agremiação e o transporte dos desfiles em ônibus da Prefeitura. Serão cerca de 50 veículos para cada agremiação, cada um com 30 a 35 pessoas fantasiadas.
De acordo com a gestão municipal, na chegada na concentração, as escolas terão um espaço com capacidade para 20 mil pessoas para organizar os desfilantes (até 1,5 mil pessoas). O procedimento deverá seguir a mesma norma na dispersão, com o transporte dos componentes em ônibus municipais, a fim de evitar aglomerações no transporte coletivo.
Os ensaios técnicos de janeiro estão cancelados. A elaboração dos novos protocolos foi motivada pelo avanço da variante Ômicron, que tem impulsionado o aumento de casos e internações por coronavírus. As normas foram definidas por técnicos ligados à Secretaria Municipal da Saúde e discutidas em reuniões com outros setores da Prefeitura e com a Liga.
Fonte: Estadão Conteúdo