Antônio Ramos, de 60 anos, venceu a batalha contra o câncer e hoje é o coordenador o projeto Patins JF in Line, que de forma voluntária leva esporte para cerca de 80 crianças do município de José de Freitas, a 50 km de Teresina. O projeto, junto com o Secretaria de Esportes e Lazer de José de Freitas, realizou no último sábado (21) o Roller Cross Patins JF in Line, na Praça dos Felipes. O evento teve a participação do Vitória Honorato, piauiense que atualmente é a campeã brasileira de patins na categoria Slalon, e vice-campeão sul-americana, na modalidade Jump, além do coordenador geral do Patins Piauí, Gentyl Linhas.
Antônio Ramos, coordenador do projeto Patins JF in Line, criado em outubro de 2017, está aposentado, e começou a desenvolver esse projeto voluntário, sem fins lucrativos para que crianças e adolescentes pudessem conhecer um pouco sobre a modalidade. Em 2020 ele descobriu o câncer e teve que passar por um longo período de recuperação.
“Em 2020, em plena pandemia, eu senti uma dor tão terrível aqui abaixo da orelha direita, o linfonodo, ele inflamou e aí uma dor terrível na garganta, principalmente para me alimentar. Em um domingo, 4 de outubro de 2020, eu fui para o hospital. Logo que terminou a consulta, o médico falou para minha esposa que eu tinha que ficar internado já. Eu disse, meu Deus, internado? E quando foi à noitinha, ele já foi logo me dizendo que eu estava com um câncer na faringe e na amígdala. Meu Deus, ali o mundo da gente acaba. Mas eu não reclamei de Deus, nem me questionei, só fiz dizer, senhor, tudo tem um propósito”, afirmou.
Ele afirmou que ao descobrir o câncer, desenvolver o projeto foi essencial para a sua recuperação, já que ele teve que seguir com o tratamento até 2021. “Esse projeto me ajudou muito na minha vitória e recuperação contra o câncer. Eu já estava desenganado pelos médicos. Pois foi um câncer maligno em estado avançado. Atualmente só eu faço a condução desse projeto, mesmo ainda sentindo algumas sequelas de um tratamento simultâneo de nove quimioterapias quinzenais e de 35 radioterapias diárias. Agora estou de volta as atividades físicas, inclusive patinando”, declarou.
Antônio Ramos disse que a patinação acabou se tornando uma terapia.
“A patinação para mim se tornou uma terapia, vê aquela satisfação daquela criança, que eles mudam o comportamento em casa. Porque eu falei, olha, se não tiver uma boa nota no colégio, e não estiver em obediência aos pais, eles vão entrar em contato comigo e vocês ficarão suspensos por alguns dias, e se continuar, a gente vai ter que desligar do grupo. E como patins é uma modalidade que ela é viciosa, até em adultos, você usa, você quer usar direto. Então, é bom demais ver aquela alegria deles. Aquilo dali, até hoje, que já faz dois anos e oito meses que eu fiz as últimas rádio e quimioterapias, então ainda tenho algumas sequelas. Porém, quando eu estou vendo apresentações, treinamento, aquilo dali me ajuda muito e como tem ajudado”, destacou.
Ele explicou que além da patinação, desenvolve uma extensão desse projeto que é a “Célula Alternativa Radical”.
“Trabalhamos com atividades recreativas, estudos bíblicos, civilidade, tudo isso com interação com pais e responsáveis. Nossa equipe, falando de faixa etária, que é de 4 a 16 anos, no Brasil somos uma das equipes mais organizadas, pois a maioria por esse mundo afora é praticado mais por jovens e adultos”, destacou.
O evento
Roller Cross Patins JF in Line, aconteceu dia 21 de outubro de 2023 na Praça dos Felipes, também conhecida como praça dos Skates, localizada em José de Freitas.
O evento teve a participação do Vitória Honorato, piauiense que atualmente é a campeã brasileira de patins na categoria Slalon, e vice-campeão sul-americana, na modalidade Jump, além do coordenador geral do Patins Piauí, Gentyl Linhas.
“Atualmente, nós estamos praticando uma faixa de umas 80 crianças no nosso projeto. E para o evento agora de sábado, tá uma faixa, por enquanto, de 21 inscritos, entende. Até mesmo porque não dá para colocar mais, porque não tem patins, não vai ter como fazer revezamento. Para você ter uma ideia, a demanda de patinadores é muito mais do que 200 patinadores e eu só disponibilizo 13 pares de patins, que a Prefeitura nos concedeu e tem nos dado esse apoio. Então, o que a gente faz? Faz um revezamento, a aula começa às 17h30 e vai até 20h30. Às vezes, a gente tem que compartilhar o patins até com três crianças”, explicou.
Ele agora busca transformar o projeto em uma associação para conseguir mais recursos. “Olha, atualmente somos referência no Brasil, porque existem muitos patinadores do Brasil top de linha, porém são mais adultos, em termos de crianças pela faixa etária, nós somos considerados como a segunda potência no Brasil e os meninos são feras. E a qualquer momento a gente está a receber o nosso CNPJ, porque a partir desse momento passaremos a ser uma associação, aí sim teremos recursos para que possamos investir no projeto”, declarou.
Fonte: Portal Cidade Verde/Bárbara Rodrigues
