Jornalista Victor Melo mistura sentimentos e inquietações em trabalho

Victor Melo é talento revelado do Grupo Meio Norte

Victor já produziu curtas, trabalhou como cinegrafista e fez exposições sobre religião e cotidiano. Dono de um olhar diferenciado para o dia-a-dia, Victor tenta captar outros prismas do comum.

Lucrécio Arrais

Do Nossa Gente

Victor Melo Guimarães, nascido em 15 de junho de 1997, é fruto dos novos talentos do Grupo Meio Norte de Comunicação. Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Piauí, o comunicólogo buscou o fotojornalismo como especialidade.

Com um trabalho que perpassa por retratos, ensaios, formaturas, casamentos e registros documentais, Victor já produziu curtas, trabalhou como cinegrafista e fez exposições sobre religião e cotidiano. Dono de um olhar diferenciado para o dia a dia, Victor tenta captar outros prismas do comum.

Com o livro “Alzheimer: o retrato da memória”, ele expõe o cotidiano de Maria Vieira, a idosa que estrela a produção fotojornalística de Victor. A relação do jovem com a fotografia perpassa também por inquietações e anseios pessoais ligados à imagem do pai, falecido há alguns anos.

Trabalhos carregados de sentimentos e emoções

O luto e a edificação de sentimentos perpassam pelo trabalho de Victor Melo, que também sabe desenvolver diversas outras emoções em álbuns de fotografia espalhados pela cidade. Amor, felicidade, emoção. São vários os sentimentos nas lentes daquele que tenta olhar por outro ângulo.

Com formação em escola e universidade pública, Victor Melo é um exemplo do talento da juventude para NOSSA GENTE.

“”A área que eu amo de fato é o fotojornalismo. Tanto que fiz exposições sobre o mercado e o Quilombo Mimbó””

Victor Melo

JMN: Qual sua dica para quem quer se aventurar no mundo da fotografia?

VM: Então, de início, indico que procurem o conhecimento antes de investir em um equipamento caro. Até o YouTube tem material interessante.

JMN: A criatividade fala mais alto que um bom equipamento?

VM: A criatividade ligada a um bom equipamento é muito melhor. Mas no âmbito mercadológico é um bom equipamento. Eu prefiro um profissional com mais criatividade. Comecei com um equipamento bem básico. Mas quem casa quer um equipamento bom para os registros. No entanto, não posso deixar-me robotizar. Eu não tenho uma rotatividade grande de eventos porque seleciono trabalhos. Quero fazer um olhar criativo, com algo que posso estar dedicado. Mas a pandemia encareceu os equipamentos.

JMN: Suas experiências pessoais são marcantes no seu trabalho?

VM: A produção do meu TCC também foi por trás de um luto. A idosa que retratei era cuidada por minha mãe. Ela era uma grande amiga do meu pai. Quando ele faleceu, ela atrelou minha imagem a do meu pai. Então quis homenageá-la a partir da minha imagem. O título é “Alzheimer: o retrato da memória”, que trata da Maria Vieira, que faleceu no início deste ano, três meses depois do lançamento do meu TCC.

JMN: Qual foi a foto mais difícil que você tirou?

VM: A fotografia mais difícil que eu já tirei foi da Ponte Estaiada, que mostra a zona Leste de Teresina, em cima de um prédio onde meu pai trabalhava. Ele faleceu há três anos, então foi um momento de reflexão. Eu ia muito lá fazer essas fotos quando ele era vivo, então subi para fazer essas fotos e ter essa reflexão. Foi complicado porque misturou com a questão do luto.

JMN: Como você analisa o mercado da fotografia no Piauí?

VM: O mercado de fotografia no Piauí é bem consolidado, temos grandes empresas que trabalham em formaturas e casamentos. Nas eleições também houve um grande aumento na procura. O nicho no Piauí é bem grande, tem mercado para todo mundo.

JMN: Como foi seu percurso pela área?

VM: Passei quatro anos no teatro, depois entrei na UFPI em 2016. Comecei a trabalhar em pequenos ensaios. Hoje faço turmas e casamentos. Mas a área que eu amo de fato é o fotojornalismo. Tanto que fiz exposições sobre o mercado e o Quilombo Mimbó. Essas fotos vão estar em um livro de religiões de matriz africana.

JMN: E como chegou ao fotojornalismo?

VM: Fiquei especializado em fotojornalismo, tanto que produzi como trabalho de conclusão de curso (tcc) um livro deste segmento. É voltado para o alzheimer, retratei o dia-a-dia de uma idosa. Como ela se comportava e a relação com a família. Repercutiu bem.

Jornal Meio Norte: Como se deu seu primeiro contato com a fotografia?

Victor Melo: Eu sempre tive contato com a fotografia em diversos momentos da minha vida. No Ensino Médio fiz curtas-metragens, em projetos no Liceu Piauiense. Tive um olhar diferente para a área através do teatro, com uma visão diferente do mundo.

Fonte: Jornal Meio Norte

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